1- Educação
Foi, sobretudo, por meio dos estudos que os japoneses imigrantes conseguiram ascender socialmente no Brasil. Um indício de que a educação é importante no arquipélago é o fato de que, em um país onde há problema de espaço, as escolas ocupam grandes áreas para abrigar toda a estrutura necessária. Alguns dekasseguis, por sua vez, relegam os estudos a segundo plano.
Muitas crianças e adolescentes em idade escolar não estudam nem em instituição japonesa nem em brasileira. “Qualquer ascensão social, principalmente de imigrantes, se dá através do acesso à educação”, opina Ricardo Sasaki. “Orientamos, a quem tem filhos no Japão ou pretende levá-los, fazer um planejamento relativo à educação de longo prazo”, diz.
2- Polidez
Um traço marcante da sociedade japonesa é a importância dada aos bons modos, característica que, de certa forma, foi passada a seus descendentes brasileiros. Há regras de etiqueta para quase tudo, formas apropriadas de falar para diferentes situações. Pode parecer exagerado para quem vem de um país onde a espontaneidade é valorizada.
É fato, no entanto, que um “bom dia” (ohayou gozaimasu), um “obrigado” (arigatou gozaimasu) e um “por favor” (onegai shimasu) facilitam as relações de trabalho, tornam o ambiente mais ameno e agradável de se estar. Não custa nada utilizá-los.
3- Visão coletiva
Ao contrário do povo brasileiro, os japoneses prezam mais o coletivo que o individual. Enquanto, nas sociedades ocidentais, valorizam-se as qualidades e realizações pessoais, os japoneses tendem a pensar de forma coletiva.
“O jeitinho brasileiro, às vezes, é uma qualidade, mas não é aplicável no Japão. Quando acontece algum problema na esteira de uma linha, por exemplo, o japonês é orientado a parar tudo e chamar o superior. O brasileiro quer dar um jeito na máquina, arrumar. Tenta resolver as coisas individualmente. São diferentes modos de ver”, explica Ricardo Sasaki.
4- Empenho e dedicação
O esforço (gambare) é muito valorizado na sociedade japonesa. Muitos brasileiros, no entanto, acreditam que, porque estão temporariamente na fábrica e no país, não precisam se empenhar. Ao não procurar se aperfeiçoar (por meio de cursos), aprender a língua ou fazer o trabalho da melhor maneira possível, no entanto, é impossível conseguir melhores salários e oportunidades de trabalho.
5- Respeito à hierarquia
A rigidez hierárquica no trabalho é um dos fatores que mais causam problemas entre chefes japoneses e operários brasileiros. Funcionários subordinados não têm muito espaço para discutir questões de trabalho com seus superiores. Antes de criticar esse aspecto da cultura japonesa, no entanto, é necessário entender a forma de trabalho deles, em que a ordem e a organização são essenciais.
6- Pontualidade
No arquipélago, trens e pessoas têm de chegar no horário marcado. “Para um japonês, se a pessoa chegou um minuto depois, já é atraso. No Japão, se o expediente é das 8h às 17h, o certo é chegar às 7h30, se preparar, e às 8h começar a trabalhar”, explica Ricardo Sasaki. “No Brasil, seria comum a pessoa chegar às 8h, tomar um café, ir ao banheiro, se trocar e começar a trabalhar somente às 8h30.”
7- Capricho ao executar tarefas
Os japoneses conquistaram o mercado global por meio da qualidade de seus produtos. Por isso, não é de estranhar que os shains nipônicos exijam de forma tão contundente o capricho na hora de você realizar o trabalho. As fábricas possuem um rígido controle de qualidade pois sabem que produtos mal-feitos comprometem não só a imagem da empresa, como a de toda a indústria do país.
8- Seriedade e compromisso
Os japoneses reclamam que os brasileiros conversam demais, brincam muito e não vestem a camisa quando trabalham. “Os chefes japoneses percebem quando a pessoa é comprometida. A grande motivação para se dedicar é a possibilidade de ascender dentro da empresa. Vejo muitos brasileiros que, hoje, ocupam cargos de chefia, mas começaram como operários comuns e subiram de cargo pois eram produtivos, honestos e confiáveis”, diz Sasaki.
9- Organização
Manter a linha em ordem é sempre bom, mas, para Ricardo Sasaki, a capacidade de se organizar vai muito além disso. “Os japoneses vieram há cem anos ao Brasil por intermédio de órgãos do governo japonês, de forma coordenada. Os brasileiros começaram a ir ao Japão, a partir dos anos 90, de forma desorganizada, sem a intervenção de órgãos públicos. Há uma diferença histórica entre os dois movimentos. No Brasil, os imigrantes japoneses se organizaram em pequenas associações e conquistaram seu espaço. Construíram, de forma coletiva, escolas e hospitais. Acho que se os brasileiros fossem mais organizados, nesse aspecto, conseguiriam um espaço muito maior na sociedade japonesa”, opina.
10- Responsabilidade
Segundo o código de conduta japonês, você tem de se responsabilizar por aquilo que faz. Nada de culpar os outros quando comete um deslize. É melhor, portanto, fazer o serviço de forma consciente e cuidadosa."
Oi Douglas, aqui é a Camila de patologia.
ResponderExcluirNoossa, não acreditei que as pessoas jogaram (outro) cachorro, numa sacolinha ainda..Affe
Até Segundaa!